Um MMO de verdade? Este é o Lumiterra

Lumiterra é um dos poucos jogos Web3 que ousam construir um mundo vivo antes de pensar na especulação. Longe dos típicos “click-to-earn” ou do farming passivo, aqui existe um MMO com ambição: combate, agricultura, coleta, crafting, captura de criaturas e cooperação entre jogadores. Tudo integrado a um ecossistema Web3, mas sem impor isso como barreira.

Após testá-lo na fase beta, estas são as impressões que ele deixa.

O que se sente ao jogar Lumiterra?

A primeira coisa que se destaca ao entrar é que não há uma única forma de jogar. Você pode se dedicar ao plantio, domar criaturas, coletar materiais ou partir direto para o combate. Mas nem tudo está disponível desde o início. Existe uma progressão clara, e isso torna tudo mais interessante: é preciso explorar, aprender e decidir como se especializar.

O combate é em tempo real, com mecânicas simples, porém eficazes. Você pode usar diferentes armas e habilidades, e até levar criaturas que você mesmo capturou como suporte. Não é um sistema profundo como o de um MOBA, mas oferece espaço suficiente para tomar decisões táticas.

Por outro lado, a agricultura e a criação não são minijogos decorativos. Exigem atenção real: as plantações murcham se não forem cuidadas, e os animais podem morrer. Isso obriga você a organizar seu tempo e priorizar tarefas — algo que agrada bastante se você curte jogos de gerenciamento.

A experiência de progressão: lenta, mas satisfatória

Lumiterra não te dá tudo desde o começo, e isso é algo positivo. Você precisa ir desbloqueando receitas, coletando materiais raros, melhorando suas habilidades e, se quiser ir além, se coordenar com outros jogadores. Não é um jogo de recompensas instantâneas. É uma experiência onde o que você conquista tem valor porque exigiu tempo e planejamento.

O sistema de talentos também segue essa direção: você pode focar em combate, coleta ou agricultura, o que torna a cooperação quase obrigatória se quiser avançar mais rápido. Isso cria uma sensação real de comunidade.

Mas se você joga sozinho e quer apenas obter algum lucro, justamente aqui também há uma oportunidade. Você pode focar em uma única função, comprar e vender para outros jogadores e ir gerando lucro conforme avança.

E a economia Web3? Presente, mas não dominante

Os tokens ($LUA, $LUAUSD, $LUAG) e os NFTs existem, mas não são o centro da experiência. Você pode jogar sem investir um centavo e ainda assim ter bastante conteúdo para explorar. Claro, se decidir entrar na parte econômica, há muito o que fazer: desde negociar terras ou monstros, até participar da governança via o token $LUAG.

O ponto positivo é que a economia não parece forçada. Está integrada, mas não obriga ninguém. E por estar na Ronin, as transações são rápidas e baratas, o que reduz bastante o atrito.

Quão ativo é o jogo?

Durante as betas, o número de jogadores foi alto, com mais de 180 000 wallets ativas por dia. Há eventos, competições e guildas organizadas. Se você se interessa pelo aspecto social, vai encontrar uma comunidade, embora — como é comum em jogos Web3 — o interesse possa variar com o tempo e a atividade on-chain.

Visualmente, o estilo pixel art funciona bem. Não busca ser realista, mas tem um design coerente. Alguns menus ainda precisam de melhorias, e a interface pode ser confusa no começo, mas isso não atrapalha a experiência.

Vale a pena jogar Lumiterra?

Depende do que você está procurando:

• Se você só quer farmar tokens rapidamente: este não é o seu jogo — totalmente, mas dá pra buscar esse caminho no mercado de itens.
• Se busca uma experiência mais parecida com um MMO clássico, mas com camadas Web3 bem integradas: aí sim, vale a pena.



• Se te interessa se especializar, colaborar com outros, construir algo próprio e progredir aos poucos: Lumiterra oferece mais profundidade do que muitos dos seus concorrentes neste espaço.

Não é perfeito. Há bugs, partes inacabadas e uma curva de aprendizado que pode ser brusca se você vem de jogos Web2. Mas a base jogável é bem pensada. E isso, no Web3, já é muito dizer.

Lumiterra não reinventa o gênero, mas o adapta com coerência ao ambiente Web3. Tem conteúdo para explorar, uma economia funcional e um foco na colaboração que o torna interessante. Se você está procurando um jogo que não dependa do hype dos tokens e ofereça uma experiência jogável real, provavelmente vai querer dar uma chance.