Avalanche reforça a confidencialidade em blockchain

Nos últimos meses, a conversa sobre privacidade em blockchain ganhou força. No entanto, Avalanche afirma que este não é um tema novo para eles, mas sim uma parte essencial de seu design desde o início. Enquanto a indústria começa a tratar a confidencialidade como prioridade, a Avalanche já vem construindo há anos as bases para que usuários e instituições possam operar de forma privada dentro da rede.

Privacidade como princípio de design

A Avalanche, reconhecida por sua alta velocidade e compatibilidade com o Ethereum, desenvolveu mecanismos que permitem manter a confidencialidade tanto de dados quanto de transações. A rede combina duas abordagens principais: cadeias privadas de camada 1 (Private Avalanche L1s) e tokens criptografados ou eERCs (Encrypted ERCs).

Esse modelo duplo atende a diferentes necessidades. Enquanto as empresas exigem privacidade regulamentada e controle de acesso, os usuários mais técnicos buscam ferramentas que protejam suas informações em ambientes públicos.

Cadeias privadas da Avalanche (Private L1s)

As L1 privadas funcionam com um conjunto restrito de validadores e um sistema que oculta os dados das transações do público. Esse tipo de configuração é ideal para entidades que lidam com informações sensíveis ou precisam cumprir regulamentações como KYC (Conheça seu Cliente) e AML (Prevenção à Lavagem de Dinheiro).

Um exemplo de destaque é a Intain, uma plataforma que utiliza sua própria cadeia privada na Avalanche para gerenciar dados financeiros, como identidades de mutuários, detalhes de empréstimos e avaliações de ativos. Graças a essa infraestrutura, pode operar com segurança em um mercado que supera 5,5 bilhões de dólares em ativos tokenizados.

Outro caso relevante é o projeto da Toyota, que explora o uso de uma cadeia privada na Avalanche para gerenciar informações sobre veículos: propriedade, histórico de uso, seguros ou créditos de carbono. Essa abordagem permite cumprir normas globais de proteção de dados e prevenir fraudes em processos transfronteiriços.

Essas cadeias privadas — baseadas na plataforma Evergreen da Avalanche — tornaram-se uma ferramenta essencial para instituições que buscam adotar a tecnologia blockchain sem expor dados confidenciais.

eERCs: privacidade dentro da cadeia pública

O segundo pilar de privacidade na Avalanche são os Encrypted ERCs (eERCs). Esse padrão foi lançado em março de 2025 pela AvaCloud e permite realizar transferências de tokens de forma criptografada dentro da rede, sem modificar o protocolo base nem depender de intermediários externos.

Na prática, os eERCs funcionam como tokens tradicionais, mas com valores e saldos totalmente criptografados por meio de criptografia de conhecimento zero. Com essa tecnologia, é possível movimentar ativos como $AVAX, $BTC.b, $KET ou $USDC sem revelar publicamente a quantidade nem o emissor.

O desenvolvimento foi rapidamente adotado pela comunidade, com exemplos como o projeto encryptedERC, e impulsionou novas ideias apresentadas em hackathons como o Hack2Build, onde foram explorados casos de uso como folhas de pagamento criptografadas, gestão privada de chaves e contratos legais confidenciais.

Usos e projeção do ecossistema privado

A privacidade dentro da Avalanche não se limita a casos financeiros. As aplicações potenciais abrangem desde o anti-frontrunning em exchanges descentralizadas, a proteção contra rastreamento de carteiras, até a gestão de dados médicos ou cadeias de suprimentos privadas.

Também estão sendo pesquisadas aplicações em mercados de previsão, acordos legais sem intermediários e pagamentos internacionais protegidos. Essa abordagem amplia o alcance do blockchain para além da transparência total, oferecendo um equilíbrio entre confidencialidade e verificação pública.

Um futuro que a Avalanche já está construindo

Embora o interesse pela privacidade seja recente em muitas redes, a Avalanche vem trabalhando nisso desde 2022.
A criação de sua primeira L1 privada e o avanço dos eERCs são prova de uma estratégia contínua, voltada para um ecossistema onde dados sensíveis não comprometam a segurança nem a descentralização.

O desafio agora está na adoção institucional e técnica. À medida que os marcos regulatórios evoluem e a demanda por privacidade aumenta, essas soluções precisarão demonstrar escalabilidade, interoperabilidade e auditorias de segurança que comprovem sua eficácia.

No entanto, a direção é clara: a privacidade deixou de ser um recurso opcional e tornou-se uma característica essencial do futuro das blockchains. E a Avalanche já está à frente nesse caminho.